Na Atualidade será bastante complicado encontrar um talento como o de Emmanuel, uma vez que não o iriam deixar nascer por ter síndroma de Down. Simplesmente por não cumprir os requisitos que, alegadamente, são necessários para ser digno desta vida. Tudo isto é suportado pela lei.
No entanto, a história de Emmanuel aparece como um vendaval que destrói todas estas falácias que justificam o aborto de milhares e milhares de bebés que não são considerados aptos. Este adolescente americano veio demonstrar todas as suas potencialidades, provando ao mundo do que era capaz.
Um católico devoto
Emmanuel é ainda um católico muito devoto, segundo o próprio afirma orgulhoso. Para além disso, realiza as suas orações em latim. Dirigiu o Terço em várias ocasiões, assim como orações comunitárias.
Neste sentido, o jovem pretende utilizar o dom com que Deus o brindou para um fim maior. Os seus esforços estão destinados a mostrar àqueles com diferenças nas capacidades que são igualmente dotadas de habilidades para mostrar ao mundo. Definitivamente, convence-los que são igualmente úteis, contrariamente ao que o mundo os tenta convencer.
Um talento precoce
Emmanuel nasceu a 21 de Dezembro de 1996 na cidade norte americana de Grafton. Cedo começou a surpreender todos em seu redor. Aos dois anos já lia e aos três já era capaz de ler cartões em francês num colégio do Ilinóis.
Com seis anos apenas leu o discurso de boas vindas da conferência anual da Sociedade Nacional do Síndroma de Down. Fê-lo em três idiomas perante um auditório de mais de 600 pessoas. Já com essa idade aprendia a tocar violino, uma das suas grandes paixões.
A vida de Emmanuel evoluía a um ritmo vertiginoso. Aos 8 anos andava de bicicleta e já era medalhista nas Olimpíadas Especiais do seu Estado tanto em Golf como em Natação, onde ganhou os 200 e 400m livres. Dois anos mais tarde marcava vários recordes na categoria de juniores em diferentes provas de natação.
O violino: a sua arma e o seu escudo
Aos 12 anos deu um recital em violino no décimo congresso mundial de síndroma de Down celebrado na Irlanda em 2009. Para além disso, no mesmo evento, realizou uma apresentação numa das sessões de trabalho.
Um ano de pois passou a ser auxiliar na sua paróquia e aos 14 anos recebia o sacramento da Confirmação. Em 2010 cumpria um dos seus sonhos quando no dia mundial do síndroma de Down foi convidado a tocar na Turquia com uma orquestra sinfónica.
O seu objectivo de ajudar outras crianças
Emmanuel foi educado em casa com os seus pais, que nunca duvidaram das suas capacidades. Com esforço e perseverança, este rapaz viria a sobrepor-se às limitações da sua condição. Assim, a principal função de Emmanuel era que o seu exemplo de superação movesse mais rapazes e raparigas.
Nas suas apresentações fala, no fundo, da sua vida, um adolescente com síndroma de Down e com interesses, que gosta de desporto, de música, que vai frequentemente nadar e andar de bicicleta.
Os seus objetivos dividem-se me quatro pontos:
1. Destacar as habilidades, talentos e potencial das crianças na mesma condição
2. Quebrar o mito das baixas expectativas atribuídas aos jovens com síndroma de Down
3. Demonstrar que a alegria de viver não se opõe a estas pessoas
4. Alertar para a incidência de que tudo o que está dito e escrito acerca do síndroma de Down tem origem em pessoas que não possuem esta condição.
Um exemplo para todos
O resultado de toda esta dinâmica foi efectivado na reunião anual sobre Trissomia 21 em Houston (Texas). Ali, Emmanuel iluminou todos com os testemunhos das aventuras das suas viagens pelo mundo, bem como dos seus estudos e do seu violino. Falou inclusivamente em francês, comentando as obras de arte que havia admirado na sua passagem por Paris. De seguida respondeu a perguntas que lhe foram feitas acerca da sua vida e esclareceu outras dúvidas que o público lhe colocou.
A educação que recebeu em casa deixou muitos perplexos, bem como a sua alfabetização precoce. Exemplos concretos ajudam visivelmente a luta contra a corrente. O seu testemunho, mais pela sua capacidade de superação que pelas suas habilidades adquiridas, é um estímulo, uma força tanto para crianças com síndroma de Down como para as suas famílias. Nenhum deles está só. Todos são úteis em sociedade, por vezes mais até do que podem imaginar.